Medicina

Correu tudo bem na cirurgia intrauterina feita no HUSFP

Intervenção objetivou propiciar desenvolvimento dos bebês na mesma proporção

Jô Folha -

Correu tudo bem na cirurgia feita pelo especialista em Medicina Fetal e membro titular da Academia Brasileira de Ultrassonografia, Maurício Saito, de São Paulo, juntamente com as também especialistas Tatiane Fogaça e Guadalupe Nascimento, no Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP). Na operação, a primeira do tipo no Rio Grande do Sul, os médicos separaram a placenta para que gêmeos possam se desenvolver na mesma proporção, o que não estava ocorrendo. Um deles estava bebendo mais sangue e ficando maior, o que pode levar à insuficiência cardíaca, e o outro, menor, apresentava quadro de anemia. A intervenção foi necessária para a sobrevivência dos fetos. A gestante e os bebês passam bem. 

De acordo com Saito, se a cirurgia não fosse feita os irmãos teriam de 80% a 90% de chance de morrer. Com o procedimento, há uma inversão em relação à chance de sobrevivência. Ele também explica que a gestação de Katiuscia Motta, 30, de 25 semanas, é de gêmeos idênticos (dois meninos), em uma placenta só e existia comunicação dos vasos para cada bebê, mas apenas um estava sendo beneficiado.

No Brasil, apenas três ou quatro médicos realizam esse tipo de cirurgia - e somente no Rio de Janeiro e em São Paulo, porque é preciso ter aparelho próprio, o que é muito caro, e muita técnica. A equipe de Saito veio junto para Pelotas. O percentual positivo de resultado é bom, segundo o especialista, e a recuperação tranquila. Cerca de 24 horas após o procedimento a paciente irá para casa e o controle passará a ser feito semanalmente por ultrassonografia.

No caso específico, foi retardado o parto prematuro e bloqueada a comunicação entre os vasos para melhorar os resultados de desenvolvimento do outro feto. A operação teve uma particularidade: o bebê que recebia mais líquido produziu mais urina e o espaço ocupado por ele se tornou maior, já em relação ao outro, o espaço era menor e os especialistas tiveram de colocar líquido para distender a cavidade e poder trabalhar, explica Saito.

O intervenção é denominada ablação de anastomoses placentária com laser. No Brasil foram realizadas cerca de 50 cirurgias dessas. Na Região Sul já foi feita em Curitiba, mas no Rio Grande do Sul foi a primeira. "É um ganho para o hospital, um ensinamento enorme e uma honra trazer o doutor Maurício Saito e, sobretudo para a paciente, que não teria condições de acesso a essa cirurgia", comentou a chefe do Núcleo Materno-Infantil do HUSFP, Francine Machado. O procedimento feito particularmente custa R$ 100 mil.

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